Não vou tentar esconder o que nunca escondi de quem anda ao meu lado: durante décadas tive a dificuldade de aprender a perdoar.
Carreguei dores, marcas e profundas mágoas em meu coração. Era agressivo e rebelde, revoltado e perigoso. Reagia com muita agressividade. Acima do normal.
Percebendo isso, o Pastor Congregacional Marcelo Ferreira, no final dos anos 90, bateu na porta de minha casa, em Vicente de Carvalho, subúrbio do Rio de Janeiro, e me deu um presente, aquele ‘objeto’ foi a semente que anos mais tarde germinou em meu coração: um livro.

Creio, do fundo do meu coração, que todo cristão, ou que diz servir a Jesus, chega a ser “obrigatório” a leitura deste livro.
Caiu como uma bomba em meu coração e estraçalhou a minha alma. Me jogou contra a parede e me fez rever conceitos, preceitos e preconceitos.
De todas as histórias narradas nesta pérola em forma de livro, o perdão oferecido por Vladimir Tomarevisk aos bandidos que mataram sua esposa e filha é uma das histórias mais comoventes que já li em toda a minha vida.
Estou prestes a completar 55 anos, e jamais li nada tão profundo.

A frase mais célebre desse livro é:
Perdoar é deixar o outro nascer de novo na nossa história, sem as memórias que fizeram dele uma desagradável lembrança.
Foi como uma bomba atômica em meu coração. Revi valores e foram anos de germinação…
Mas:
Aprendi a perdoar ao homem que me estuprou, quando eu ainda era uma criança de 9 anos, membro da escola dominical da minha igreja em Vicente de Carvalho.
Aprendi a perdoar o meu pai, afastou-se de todos e por quem senti imensas saudades por mais de 20 anos.
Aprendi a perdoar o meu avô Milton, que tanto mal me fez.
Aprendi a perdoar a minha tia Nilda, prostituta e ‘quizumbeira’, que tentou me matar atirando um paralelepípedo em minha cabeça, nos anos 2000. Ela estava no segundo andar da casa e eu no primeiro. A enorme pedra nem tocou em mim, eu dei um passo “repentino’ para a frente.
Aprendi a perdoar a Rose…
Aprendi a perdoar a Anne…
Aprendi a perdoar a minha mãe…
Meu salário?
Hoje, tenho a graça de saber que cuidei do meu pai, em seus últimos anos e me tornei seu maior confidente.
Hoje, tenho a graça de saber que cuidei de minha preciosa mamãe, que faleceu em meus braços em profunda paz. Ela teve os melhores anos de sua vida, no fim de sua vida. A noite em que ela se foi, DEUS nos presenteou com um ‘jantar de despedida’. Demos muitas gargalhadas, nos divertimos com histórias dela e minhas, e foi deitar em paz…
Hoje, tenho a graça de saber que cuidei do meu avô Milton e, no leito da UTI do hospital em Icaraí, Niterói, ele me disse: “Me perdoe e cuide de sua avó.” Ela aceitou a Jesus após uma pregação que fiz, na Igreja Metodista de Vaz Lobo.
Hoje, tenho a graça de saber que cuidei do meu primo Oswaldo, que tentou estuprar a minha filha Brunna, com 2 anos. Apesar da revolta e dor que ele me causou, eu o perdoei.
Hoje, de coração, eu não carrego mágoas de ninguém, porque também sei que causei muitas dores, mas, hoje, carrego paz, amor, misericórdia e muito perdão em meu coração.
Sou um eterno devedor da graça e da misericórdia de Deus, e não perdoaria meu irmão?
Quem me traiu, me abandonou, me desprezou… Eu já perdoei a todos, no nome de Jesus Cristo de Nazaré.
A todos… sem exceções.
Mesmo tendo ‘comido o banquete que o diabo amassou’, eu tenho e tive uma vida feliz. O “bandido e extremamente pobre” venceu na vida, pela graça e misericórdia de Deus.
Mesmo com todas as dificuldades que enfrentei na vida, falta de grana (já passei muita fome), superei 3 AVCs, 3 infartos (1 do miocárdio) e 2 comas, eu conquistei:
- Me formei em Psicologia;
- Me formei em Teologia (Bacharel, Mestrado e Doutorado);
- Fui pastor, ordenado e consagrado pelo Reverendo Caio Fábio D’Araújo Filho, autor do livro ‘Perdão — A Encarnação da Graça’;
- Me formei em Jornalismo;
- Concluí o curso de especialização em Jornalismo Digital;
- Tirei o meu DRT/MTB de Jornalismo no Ministério do Trabalho — Seccional Paraná;
- Fui agraciado com 5 Moções de Aplausos de 3 Câmaras de Vereadores diferentes;
- Recebi o título honorífico de Jornalista do Ano pela reportagem “Samu — Uma Família de Socorristas” em 2017, outorgado pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa;
- Fui pastor em 3 igrejas;
- Fui pastor em Berlim, na Alemanha;
- Conheci importantes locais da Europa;
- Sou editor de um dos sites de Notícias, independentes mais acessados do Brasil: www.redegni.com.br desde 2013;
- Tenho 131 livros escritos, editados e publicados (físicos e e-books);
- Tenho 3 CDs gravados;
- Escrevi (letra e música) 49 canções — algumas delas estão aqui nesse site.
- Sou pai, avô, tio e amigos dos meus amigos.
- Tenho 7 filhos (Carol, Brunna, Brenno, Leonardo, Daniela, Sarah e Beatriz);
- Tenho 3 netas (Olívia, Ísis e Laura);
- Como dizia meu amigo Adhemar de Campos: “Tenho vida, alegria, em todo o tempo. Tenho amigo, família e muitos irmãos”.
- “Fui salvo por Jesus, nEle eu encontrei a paz. Deus me amou primeiro e eu fiz dEle o meu maior amor” Trecho de PACIFICADO PELA PAZ (Letra e Música de Léo Vilhena).
Não sou “santinho”, por vezes me revoltei, por vezes gritei, muitas vezes chorei, já tentei o suicídio uma única vez, mas eu encontrei a paz ao perdoar.
Não me importa o que fizeram comigo, eu aprendi a perdoar.
Se irei andar com essa pessoa de novo, é outra história, mas aprendi a perdoar.
E sabe por quê?
O prazer e a paz de perdoar é graciosamente maravilhoso.
Léo Vilhena.
Leia em e-Book PERDÃO A ENCARNAÇÃO DA GRAÇA
